O capítulo "Os humanos têm corpos" do livro "21 lições para o século 21" de Yuval Noah Harari traz algumas reflexões sobre o comportamento humano e as consequências que a tecnologia trouxe na alteração desse comportamento.
Como um resumo geral, o autor ressalta que, apesar de estarmos conectados de forma online com qualquer pessoa no mundo, esse mundo virtual não supre
as necessidades fundamentais de nós seres humanos como seres físicos. Como o próprio autor diz: "Se eu estiver doente de cama em casa, em Israel,
meus amigos on-line na Califórnia podem falar comigo, mas não poderão trazer-me sopa ou uma xícara de chá". Estamos vivendo nossas vidas próximos virtualmente
porém, cada vez mais, distantes fisicamente. Muitos estão mais interessados com seus celulares do que em, por exemplo, ter uma conversa com alguém na sua frente.
O texto de Harari me estimulou a desenvolver um pensamento crítico acerca de meu trabalho como designer de mídia digital.
Ressalto que as tecnologias quebraram muitas barreiras de comunicação e interação a distância (agora na pandemia isso se tornou mais evidente do que nunca) e isso é um fato que não deve ser diminuído.
Porém, como posso fazer para o conflito de On-line vs Off-line deixar de ser uma disputa de lados para se tornar uma união de pensamentos?
Ou seja, o que o designer de mídias digitais pode fazer para criar algo aliado a tecnologia mas que não interfira na vida social e interação humana?
Temo não ter uma resposta concreta ainda. No meu processo de construção como profissional vou buscar por essa resposta. Mas uma questão é importante ressaltar,
as tecnologias não podem ser vistas como inimigas e sim como aliadas. Cabe ao indivíduo saber o momento certo de usá-las ao seu benefício e o momento de se
desligar delas e viver a vida fora da tela.
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